Tenho pensado sobre o quanto necessitamos de respostas, de caminhos abertos e de clarezas.Refletido o quanto nossa sociedade ocidental difundiu um racionalismo que tudo pretende: prever, julgar, afirmar.
Conheci, com um professor, sobre desconstrução e, com um outro, sobre redescrição. Termos ricos que pretendem des-preconceituar. Construção, descrição e precompreensão. Pretensões modernas de verdades cuja noção racionalista limita, ao mesmo tempo que reforça concepções equívocas.
No campo humano, o fenômeno que aparece é o que aparece como tal. Sei aquilo que vejo, conheço a pessoa que se apresenta a mim. O que está por trás do véu, a ser desvelado, com o tempo, muitas vezes, nem mesmo a própria pessoa conhece ou conhece equivocadamente.
E quando a pessoa se protege? Muda “de cor ” para não ser vista naquilo que é. E se perceber que é amada com “aquela cor” que esconde sua essência?
Se você ouvisse alguém emitindo um juízo prévio sobre outrem, descontextualizadamente, não lhe ocorreria que poderia fazer a mesma coisa com você? E caso fosse sobre algo que você vivencia, não teria receios em se revelar, a tal pessoa, afim de não ser julgado, também, previamente?
Portanto, duas imbricações. O que está posto, construído, descrito, enquanto compreensão, que conduz a afirmações antecipadas, com grandes probabilidades de erros e, se tivesse que ser descrito, se escreveria um grande ponto de interrogação. E a outra perspectiva, aquela passível de novos caminhos. Pois, se você descobrisse verdades sobre você que podem ser refeitas, reconstruídas, redescritas, fechar-se-ia a isso?
Certezas de incertezas, horizontes a serem alcançados. Tantas, mas tantas, verdades que não conhecemos, de nós, dos outros, da vida, do infinito.
E com a fé que me embala só tenho uma certeza, a de que tenho incertezas. Ele, o maior, que consegue me preencher e me dar serenidade, diz-me que a vida é assim mesmo, feita de humildade.