domingo, 26 de setembro de 2010

ANIVERSARIAR

Festa de Vida e de gratidão de Presenças. Presença maior: a dEle que me criou e me mantém firme na fé e se manifesta também nas pessoas.

Agradecer com festa, risos, cores e pessoas amantes e amadas. Sentir e perceber o carinho, a dedicação e o amor com que cuidam de cada detalhe.

Aniversariar! Oportunidade para convidar "amigas e vizinhas", assim como na parábola da Moeda Perdida, no Evangelho. Preparar, chamar e acolher para a celebração todas as pessoas que fazem parte do convívio, agradecendo pelo bem precioso encontrado.

A vida, o bem precioso que se celebra no dia do aniversário. Existe bem maior?!? Com ela desfrutamos de todos os tesouros. São tantos! Tesouro vocação, tesouro família, tesouro fraternidade, tesouro amizade...

Cresci esperando que as pessoas lembrassem o meu aniversário e quando isso não acontecia, ai que dor, que tristeza e decepção. Mas cresci e quando se fica "grande", a simplicidade da criança nos deixa mais leve. Aprendi, então a dizer. A criança simples ela diz as coisas, o que quer, o que sente... Como a Ana Caroline que quando me entregou o presente, afirmou: é uma roupa! e todos riram. É isso! A gente tem que dizer para as pessoas que é nosso aniversário, chamá-las para rirem conosco. Ficar feliz! Sorrir com a festa no rosto. Dizer que é o dia que o Criador me gratificou com a Vida e que dela Ele cuida. Presenteia-me com saúde, felicidade e pessoas que me amam e as quais amo. Obrigada pela festa da Presença!



sexta-feira, 3 de setembro de 2010

FUGACIDADE

É compreensível nos distanciarmos de pessoas que não nos fazem bem, que nos maltratam ou que não são capazes de nos compreender a contento. Seria ainda aceitável nos afastarmos de pessoas com as quais não temos afinidade ou ainda que nos “disseram” sermos demais em suas vidas ou... Mas, por que será que descartamos pessoas que nos embalaram, que escutaram e sentiram na pele as nossas feridas; que nos protegeram em noites escuras e partilharam conosco do seu pão-vida? Por que algumas pessoas permitem que o ódio e o ressentimento falem mais alto que o amor, deixando um erro se sobrepor a muitas generosidades dispensadas?



Quem é meu amigo? Aquele que me diz somente o que quero ouvir, com voz mansa ou aquele que, também, “grita” alertando, antes que eu caia no precipício? Parece pretensão dizer isso, mas poucas pessoas têm a capacidade de se recuperarem do susto de terem escutado o grito que vetorizava sobre o abismo. A reação possível de indignação e de afastamento, repetindo, para si e para os outros que a advertência é improcedente, conferem-lhe motivo para continuarem a ruminar seus  ressentimentos.



Para muitas, é agressivo demais serem alertadas, talvez por que a prática da reflexão na escuta de si mesmas fora desenvolvida de forma torta. Provavelmente se acostumaram a ouvir somente o que lhes agrada e o contrário soa como agressividade.



Segundo Pe. Joãozinho,scj, dentre as qualidades do líder amoroso, a capacidade de perguntar e escutar faz a grande diferença. Isso é muito desafiador, pois quando perguntamos devemos estar dispostos a escutar e nem sempre o que ouvimos é agradável aos ouvidos. Caberia outra questão, aquela de que cada pessoa tem o direito de errar, de fazer seu próprio caminho. Portanto, não seria necessário alguém lhe advertir sobre as perdas iminentes. Isso também é muito salutar! Contudo, vamos continuar discorrendo sobre as relações passageiras “sem justa causa”, ou melhor, por qual causa?



Sobre a fugacidade dos relacionamentos aprendi, com a experiência, que quando descartamos pessoas que foram generosas conosco é porque(dentre outras possibilidades) falta o treino de superação de conflitos, o exercício do olhar de quem sabe filtrar ou mensurar positivamente com a seguinte indagação: “ O mal que essa pessoa me fez é maior que o bem que ela me fez?” Ou ainda, é algo recorrente, está repetindo os mesmos erros e não demonstra possibilidades de mudanças? E aquela questãozinha básica: o ódio, o orgulho, paralisam-me e deixo que se sobreponham ao amor e até às boas maneiras?



Outra prática comum é a de se habituar a esperar que o outro dê o primeiro passo. A máxima evangélica de que devo ir ao encontro do outro para perdoá-lo quando foi ele que errou, não tem força alguma para pessoas que estão sempre esperando a iniciativa dos outros.



Tenho constatado que a perseverança dos relacionamentos tem a ver com a prática da compaixão. Já refletiu sobre isso: Quando você ama verdadeiramente alguém é capaz de deixá-lo sofrer com a sua ausência e sem o seu perdão? Não dói  em suas entranhas saber que a outra pessoa está sofrendo por falta de um movimento seu, de uma conversa, de compreensão?
A compaixão, no sentido bíblico,  é o sentimento que parte das nossas entranhas, onde se encontra também o coração. Ela nos inquieta com a dor do outro e nos convida para a ação. Você conseguiria se imaginar amigo/a de alguém que não fosse capaz de se compadecer com o seu sofrimento, de dar passos para reestabelecer a relação?



Tem outro aspecto importante? Já parou para refletir que há valores fundamentais para as pessoas que você ama que se você minimizar, trinca a relação?



Há várias possibilidades que tornam as relações frágeis. Os reveses da vida nos ensinarão que deveremos “correr” para não deixarmos que pessoas, que de fato fazem a diferença em nossas vidas, não se dispersem  com o tempo. Todavia, quando somos deixados para atrás por alguém que se assustou com a advertência que lhe fizemos e que tampouco aceitou desculpas, a  sabedoria de deixarmos que o tempo resolva, nos ajuda ao exercício de  outra forma de relação, a da comunhão, esperando que o melhor lhe aconteça.



Perder pessoas por não ter exercitado o filtro e a mensuração positiva pode nos legar  "uma lista de amigos": “Faça uma lista de grandes amigos[...]Quantos amigos você jogou fora?” ( A Lista - Oswaldo Montenegro).
Segundo a sabedoria popular, as verdadeiras amizades não passam. Deixemos que o tempo se encarregue de demonstrar aquelas que são fulgazes.