A clássica questão sobre o bem e o mal nos acompanha na reflexão sobre Filosofia Medieval. Se Deus Criou tudo(criação/criacionismo), criou também o mal? Por que há o mal, se Deus é bom e se somos feitos à sua imagem e semelhança? Essa é uma questão moral clássica.
Agostinho define o mal como a privação do bem. Seria uma espécie de “defeito de fabricação(termo nosso)” de uma realidade cuja essência, em si mesma, é boa, mas privada do bem. Ela é obra de Deus? Não! Porque seria incompleta. Seria o não ser, incompletude, ao contrário de Deus que é completude, causa do ser de todas as coisas. Portanto, o mal seria causa da criatura e não do criador e estaria relacionado à culpa.
A culpa é o afastamento do criador, a desobediência, o opor-se ao Bem Supremo. Não se trata de qualificar as coisas para as quais a pessoa se volta como más, pois não há realidade má, ontologicamente.
O mal consiste em cair, em voltar as costas ao Bem Supremo, ao Imutável. Essa aversão provém da liberdade, logo do livre arbítrio da vontade. É, pois, a liberdade um bem? Com certeza! Bem da maior importância, condição para a moralidade e é através dela que se fala do bem e do mal.