A leitura de um texto filosófico é como uma das cartas que nos é cara que lemos a primeira vez e voltamos a segunda, a terceira, a quarta...
Na leitura de um cartão ou uma carta, a mensagem impressa no intelecto afeta nossas emoções e nos dá o prazer de reler e reler. Na de um texto filosófico, lemos e relemos quando é incompreensível. A necessidade de compreensão nos lança no jogo da interpretação e nos faz reler e reler.
A pesquisa tem objetivo bem diferente da leitura afetiva. Na primeira, a objetividade, a disciplina, o propósito de aprender são indicadores que nos fazem avançar e conseguir a travessia para conhecer mais. Na segunda, os laços que nos unem à pessoa que nos escreve são suficientes para acolhermos a mensagem e a degustarmos aos poucos.
Pesquisa-se o que nos é agradável, que nos chama atenção, mas um amante da sabedoria não se limita a conhecer somente o que acha interessante. Uma pesquisadora, um pesquisador deve conseguir chegar à outra margem, a da investigação/conhecimento.
Um pensador se aventura a ler nos livros e na realidade. Busca na bibliografia básica e na complementar. Faz a releitura da vida e busca sínteses, põe as antíteses, refaz as teses – perfaz o caminho do pensamento.
E quando pesquisar deixa de ser um dever pode ser equiparado a momentos “afetivos”, posto que a pesquisa passou a aquecer também o coração.
Aproveite o tempo. Inicie-se à pesquisa. Ela é intensa. Bom percurso!
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