sábado, 3 de dezembro de 2011

Se lhe falo sobre fé
É o sopro que anima minha alma.
Presença inseparável da vida.
Respiração  enquanto esperança.

Ultrapassa o plano racional,
Dispensa discursos conceituais,
Escapa a aprisionamentos dogmáticos.

Faz-me buscar o impossível.
Inerente à minha representação de vida.
Sem ela  minha fraqueza seria visível.

Causa do bom e do belo em mim.
Garantia de cuidado
Certeza na incerteza.

sábado, 22 de outubro de 2011

LEITURA FILOSÓFICA



A leitura de um texto filosófico é como uma das cartas que nos é cara que lemos a primeira vez e voltamos a segunda, a terceira, a quarta...
Na leitura de um cartão ou uma carta, a mensagem impressa no intelecto afeta nossas emoções e nos dá o prazer de reler e reler. Na de um texto filosófico, lemos e relemos quando é incompreensível. A necessidade de compreensão nos lança no jogo da interpretação e nos faz reler e reler.
A pesquisa tem objetivo bem diferente da leitura afetiva. Na primeira, a objetividade, a disciplina, o propósito de aprender são indicadores que nos fazem avançar e conseguir a travessia para conhecer mais. Na segunda, os laços que nos unem à pessoa que nos escreve são suficientes para acolhermos a mensagem e a degustarmos aos poucos.
Pesquisa-se o que nos é agradável, que nos chama atenção, mas um amante da sabedoria não se limita a conhecer somente o que acha interessante. Uma pesquisadora, um pesquisador deve conseguir chegar à outra margem,  a da investigação/conhecimento.
Um pensador se aventura a ler nos livros e na realidade. Busca na bibliografia básica e na complementar. Faz a releitura da vida e busca sínteses, põe as antíteses, refaz as teses – perfaz o caminho do pensamento.
E quando pesquisar deixa de ser um dever pode ser equiparado a momentos “afetivos”, posto que a pesquisa passou a aquecer também o coração.
Aproveite o tempo. Inicie-se à pesquisa. Ela é intensa. Bom percurso!


BÊNÇÃO


Que o Senhor te  abençoe e te guarde na palma de sua mão.
Que ele te culmine de graça  e de sabedoria.
Que conceda a ti a audácia e a fé de Santa Margarida d’Youville.
 
Que a presença Eterna de Deus te ajude a resgatar  a seiva das raízes profundas da Missão SGM.
E que  te ajudes a manifestar a ternura do Deus-Filho aos desprovidos e necessitados de cuidado.
E que  a Ruah seja sopro intenso te iluminando para alçar novos voos.

Que Maria, a mãe do Senhor, inspire a hora de te antecipares.
E que o sentido da festa te acompanhe para enfrentar  os desafios.
E que a música a embalar teus sentidos seja provida de confiança à Providência.

Que   cotidianamente a  alegria e a  serenidade te deem a coragem.
E que a partilha, o diálogo, a escuta e  a comunicação façam parte de  tuas ferramentas de trabalho.
E que te alimentes da Palavra que se faz Carne para viveres a missão.

Que  contribuas  para  que a união reine entre tuas irmãs.
E que  lutes contra as forças contrárias à vida.
E que Ele  ilumine o teu rosto e  te conceda a paz.

Amém.
 Feita para o dia 15 de Agosto/2011.


SOPRO FECUNDO



Vento, sopro, alcance longínquo, profundo vigor.
Fronteiras, friezas e gritos, vem em socorro, escuta o clamor.
Sopro fecundo, sabedoria eficaz, cria e refaz.
Constrói, reconstrói, põe a mão como ao mar.
Acalma, respeita, raízes resgata.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Páscoa!

A Páscoa é seguida do túmulo. É o penhasco de Clarice Linspector: se me empurrarem de um penhasco, eu vôo. As flores de Cora, que as plantava, ao passo que colhia pedras. A Páscoa é a superação da cruz assumida por Jesus.
Qual é a minha e a sua Páscoa? Quais cruzes e esperanças de tantas pessoas que carregam a dor como cravos na carne. Que sobem montanhas e muitas vezes ficam ali, para respirar, ganhar tempo, nada fazer e refazer. Aquietar-se e prosseguir, sentir a vida ultrajada e correr, não a corrida da covardia, da acomodação ou da alienação. Voar, ultrapassar barreiras do tempo e do espaço.

Conhecem os túmulos, sobem as montanhas, voam e ganham tempo, pessoas que vivem as noites escuras, que formulam as sete moradas, que aprendem a enfrentar a morte.

Che afirma que não se pode perder a ternura, ainda que endurecidos. Em direção ao sol, como Platão, como Jesus. Ressuscitar com Ele é o exercício constante de não deixar que nos matem injustamente. Ter ousadia para demonstrar que somos da luz, a ela pertencemos, por ela lutamos. Que o Sol-Esperança faça da Páscoa a PRESENÇA que diz de nós vivos. Sim, é Páscoa!














quarta-feira, 16 de março de 2011

O BEM E O MAL EM AGOSTINHO

A clássica questão sobre o bem e o mal nos acompanha na reflexão sobre Filosofia Medieval. Se Deus Criou tudo(criação/criacionismo), criou também o mal? Por que há o mal, se Deus é bom e se somos feitos à sua imagem e semelhança? Essa é uma questão moral clássica.

Agostinho define o mal como a privação do bem. Seria uma espécie de “defeito de fabricação(termo nosso)” de uma realidade cuja essência, em si mesma, é boa, mas privada do bem. Ela é obra de Deus? Não! Porque seria incompleta. Seria o não ser, incompletude, ao contrário de Deus que é completude, causa do ser de todas as coisas. Portanto, o mal seria causa da criatura e não do criador e estaria relacionado à culpa.

A culpa é o afastamento do criador, a desobediência, o opor-se ao Bem Supremo. Não se trata de qualificar as coisas para as quais a pessoa se volta como más, pois não há realidade má, ontologicamente.

O mal consiste em cair, em voltar as costas ao Bem Supremo, ao Imutável. Essa aversão provém da liberdade, logo do livre arbítrio da vontade. É, pois, a liberdade um bem? Com certeza! Bem da maior importância, condição para a moralidade e é através dela que se fala do bem e do mal.



domingo, 6 de março de 2011

CASA FELIZ

           Areia e Rocha, fragilidade e fortaleza, certezas e inseguranças... Vida, gente, relacionamentos!
       O Evangelho nos adverte quanto as construções frágeis. Quando construímos seguindo as instruções, a probabilidade de surpresas diminui.
       E na vida, quando sabemos estar certos? Pessoas que passam a vida construindo da melhor forma que podem e, de repente, se deparam com as surpresas! Onde foi que errei? Dizem muitos pais e mães quando seus filhos e filhas não seguem o caminho apontado como sólido.

     Casas construídas sobre areia, que tombam e casas construídas sobre a rocha, que se firmam. Ser engenheiro e pedreiro da vida! Construir o melhor, o mais sólido e mais sensato. Artesão da vida!

    A vida se constrói com o material de construção que escolhemos e com as pessoas que têm responsabilidades nas edificações. Material e pessoas, conteúdo e arte. Como elegemos o conteúdo responsável em perspectiva de vida melhor? Que arte empreendemos?

Se diante de mim está a vida e a morte e se depende de mim escolher entre uma e outra, que responsabilidade tenho na construção de uma casa feliz. Casa que sou eu e Casa que é oikos?Refletir sobre o que edifica e o que destrói pode ser  um bom alicerce.









domingo, 2 de janeiro de 2011

FELIZ ANO NOVO!

O clima de virada de ano e com ela, da posse da Presidente Dilma, Marco histórico do qual me comprazo em ser testemunha ocular e de poder recontar às gerações posteriores, me embala para provocar a “reflexão”.
Ano Novo carrega o significado de recomeço, de planejamento e de votos de realizações. É sonho que se acalenta na madrugada da virada, cuja confraternização é de Ação de Graças. Outras culturas têm uma festa específica para render graças, na nossa é espontâneo, para quem se habitua a fazê-lo, filtrar o belo vivido no ano que finda!
Feliz Ano Novo! Para além de uma frase feita, deseja um ano feliz! O que é a felicidade? Problema filosófico que toca a existência humana em sua essência de busca pelo bem viver. Aristóteles nos convida a perseguir a excelência, a exercitar as virtudes, evitando os extremos.
Uma vida bem vivida, como afirma, Sócrates, clama por Presença, por seres situados, conectados à sua realidade. A felicidade nos lança no jogo lingüísticos das relações, desafiados pela inquietação da dialética constante da vida que sonha,realiza, indigna-se e continua a sonhar.
Somos herdeiros da reflexão filosófica que é racional, mas também estética e que, por isso, nos situa também no plano das sensações e  das emoções. Felicidade é também refletir que a vida que pulsa em nós, com as pessoas que nos cercam, faz parte desse mundo político do qual somos protagonistas. O cuidado é uma condição para bem administrar a polis.
Importa-nos o cuidado de dois mundos para que alcancemos a felicidade: o da subjetividade e o da comunitariedade. O que é isso a comunitariedade? Acendamos todas as luzes para que ela não seja confinada ao ocultamento. Fiquemos conectados para que a máxima da subjetividade moderna não ofusque o bem viver.
Que a felicidade que buscamos alcance essa morada dinâmica de ser comigo e de ser com os outros.Feliz 2011!